A temática depressão e todas as implicações da doença que acomete mais de 300 milhões de pessoas no planeta foram transcritas na literatura de cordel “Saúde Mental”, do poeta João de Castro Ribeiro. A obra tem 16 páginas com 47 versos que destrincham o assunto e ganhou o selo da Imprensa Oficial do Estado (Ioepa), com a impressão de dois mil exemplares.
“Sempre fiz os cordéis voltados para questões sociais. Considerando que a depressão é de fato uma doença, me voltei para toda essa questão sobre saúde mental que é muito séria”, disse o cordelista nordestino, que vive no Pará desde 1972.
Atual vice-presidente da Academia Paraense de Literatura de Cordel, João de Castro Ribeiro conta que resolveu trabalhar a temática na literatura de cordel por ser uma linguagem muito acessível e que pode ser de fácil interpretação para os estudantes. “Nós sabemos, sem exagero nenhum, que o incide de suicídio é muito alto, não só no meio escolar, mas principalmente em toda a sociedade”.
Um caso de depressão na família motivou o poeta a pesquisar mais sobre o assunto e escrever a obra, que também ganhou embasamento de profissionais da Universidade Federal do Pará. O livro será distribuído entre os professores para trabalharem ações de leitura e interpretação da literatura de cordel entre os alunos do ensino fundamental e médio e também no espaço acadêmico.
Segundo o presidente da Imprensa Oficial do Estado, Jorge Panzera, trata-se de uma obra importante e que merece apoio do Governo do Pará, sobretudo pelo caráter informativo da temática e, “por estamos no mês da campanha ‘Janeiro Branco’, em que devemos intensificar ações de conscientização para a população sobre a importância de cuidar da saúde mental”, concluiu.
O assessor da Diretoria Industrial da Ioepa, Fabrício Piani, destaca o caráter popular da linguagem nordestina proposta na literatura de cordel para tratar de um assunto importante para a sociedade paraense. “Essa facilidade de leitura, por meio dos versos do cordel, é muito interessante para se difundir uma situação comum nas instituições públicas e nas famílias, que é o processo de depressão, essa doença mundial que nos acomete na correria de tempo e no nosso dia a dia”.
Texto: Julie Rocha | Fotos: Eduardo Rosas (Ascom/Ioepa)